Muito
diferente do ambiente externo, o interior da taverna era quente, uma grande
fogueira queimava em uma lareira de pedra no centro da parede dos fundos
diretamente a frente da entrada. Inúmeras mesas de madeira pontuavam o local,
ocupadas por completo. Um grande balcão ficava a esquerda da porta, com alguns
bancos mais altos, prateleiras com grandes copos de madeira e metal, e muitos
barris de bebida, uma porta a esquerda dava para o que parecia ser uma cozinha,
pelo cheiro que de lá provinha. Ao lado do balcão, um homem preparava uma sopa
em uma grande panela alimentada por um braseiro ao chão. O lugar era iluminado
por um enorme candelabro de velas que pendia do teto, tochas nas paredes e
velas sobre móveis. Ao sopé da escada que levava aos quartos, um elevado
permitia que músicos tocassem e fossem notados em meio a balbúrdia.
Garotas iam e
vinham com canecos de bebidas e bandejas de carnes sobre o olhar atento de dois
homens, um atrás do balcão e outro perto da escada, Shverno não viria a ter
tempo de descobrir, mas eram os donos da taverna.
Uma bela moça,
jovem, de seis avantajados e bela cintura, a qual os homens chamavam de
Tristania tentava deter as investidas de um homem claramente sobre efeito da
bebida, essa moça que percebendo a entrada de Shverno e com um grande sorriso,
maior que aquele sorriso forçados das garçonetes quando algum novo cliente
chega ao local, esse olhar é percebido pelo visitante que devolve também um
sorriso. Finalmente livre do sujeito, a bela garçonete vem atende-lo, este já
sentando num dos poucos bancos disponíveis juntos ao balcão.
- Oh!
Finalmente alguém bonito neste lugar. – Exclama Tristania ao aproximar-se do
balcão, imediatamente levando vários dos fregueses, todos homens, a voltarem se
para o jovem ali.
- O que seria
para você bonitão?
- Uma bebida,
um pão e carne e um quarto por favor.
- Nossas
meninas estão ocupadas, mas log devem descer.
- Como é?
- Você não
pretende passar uma noite fria como essa sozinha não é? Logo, nossas meninas
terminarão com seus clientes e poderão aquecê-lo.
- Eu não quero
este tipo de serviço.
- Um padre?
- De forma
nenhuma.
- Ainda bem. –
Uma piscadela de olho. – vou buscar sua bebida.
Ao fundo a
banda terminava mais uma música, alguns urros eram a demonstração de satisfação
dos ouvintes, em sua maioria, pareciam veteranos de guerras.
- Por que não
estavam na batalha?! – Reflete. – Mercenários...
Alguns ali
também eram camponeses, indiferentes as guerras que a aconteciam a sua volta,
queriam apenas aproveitar, e bebiam para que a bebida levasse seus problemas.
Em uma das
mesas uma salva de risadas chama a atenção do sacerdote, um enorme homem parece
desafiar um outro sentado, de não menos porte, para uma disputa, uma queda de
braço, sobre as risadas dos ouvintes, em alguns instantes estão sentados os
dois, de um lado o desafiante, de outro, um grande homem de cabelos e barbas
ruivas, seu enorme cabelo, com duas tranças pendentes de sobre seus ombros não
são menores que sua barba também comprida dividida em duas grande tranças, um
fio percorrendo cada uma delas terminava em um pequeno enfeite que pareciam a
cabeça de dragões.
- Thogeir. –
Comenta a moça, retornando com o pedido.
- Como?
- O ruivo,
Thogeir Cabelo de Fogo, como o chamam. É uma ótima pessoa, um dos poucos que
não é um criminoso sujo por aqui.
- Ele chama-se
Cabel de Fogo?
- Claro que
não, porém, ninguém sabe muito sobre ele, e ele não fala também.
- Você
comentou que há criminosos por aqui?
- Não te
engane meu lindo, pelas risadas deste local, nenhum destes homens hesitaria em
lhe matar por um saco de ouro, estes homens já pilharam muitos vilarejos.
Incontáveis foram as mulheres que eles corromperam, quanto sangue inocente tem
em suas mãos.
- Por que
aceitam-nos aqui então?
- Por que
ainda possuem ouro, seja de onde quer ele venha, mas estes homens estariam
melhor se mortos.
- Quanto lhe
devo?
- São 15 groszy.
- Aqui estão.
– Puxando algumas moedas de bronze de um saquinho estrategicamente localizado
em suas roupas.
- Obrigado. –
Dizia ela enquanto recolhia as moedas lentamente da mão de Shverno, deixando
seus dedos percorrem lentamente seu pulso e mão, de forma provocante, e uma
sorriso leve escondido entre os lábios. Afastando-se esse vai até a mesa de
Thogeir.
- Então Thogeir,
você ganhou? – Falava alto, enquanto o outro desafiante movia-se da mesa, mexendo
em seu braço, com um misto de raiva e dor em sua face.
- Mas é claro
meu amor, acha que deixaria alguém me vencer na sua frente? – Responde o homem,
enquanto toma um enorme gole da sua bebida.
- Ah! Por isso
que eu te amo Thogeir. – Responde a moça entre risada, indo sentar-se em seu
colo, a diferença de tamanho entre os dois é enorme, o homem agiganta-se em
comparação a ela. Ela ciente disto não importa-se com os olhares furiosos que
outros homens lançam para ela e ele, muitos destes, que por diversas vezes
haviam tentado sua sorte com a moça. Dando lhe um grande beijo nas bochechas
vermelha, estas pela bebida, cochicha algo em seu ouvido e sai, para continuar
seus atendimentos.
Este fixando o
olhar em Shverno, levanta, vindo em sua direção, um machado preso a sua perna
balança ameaçadoramente, os clientes próximos afastam-se do caminho, que
distraído após a performance da mulher, voltou-se para sua própria bebida. Por
trás, outra música termina, com novos urros dos ouvintes, entre a algazarra,
uma nova música é anunciada, a qual, provavelmente ninguém ouviu qual era.
- Podemos
conversar?! – Exclama Thogeir em um misto de pergunta e ordem.