quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A taverna



Muito diferente do ambiente externo, o interior da taverna era quente, uma grande fogueira queimava em uma lareira de pedra no centro da parede dos fundos diretamente a frente da entrada. Inúmeras mesas de madeira pontuavam o local, ocupadas por completo. Um grande balcão ficava a esquerda da porta, com alguns bancos mais altos, prateleiras com grandes copos de madeira e metal, e muitos barris de bebida, uma porta a esquerda dava para o que parecia ser uma cozinha, pelo cheiro que de lá provinha. Ao lado do balcão, um homem preparava uma sopa em uma grande panela alimentada por um braseiro ao chão. O lugar era iluminado por um enorme candelabro de velas que pendia do teto, tochas nas paredes e velas sobre móveis. Ao sopé da escada que levava aos quartos, um elevado permitia que músicos tocassem e fossem notados em meio a balbúrdia.
Garotas iam e vinham com canecos de bebidas e bandejas de carnes sobre o olhar atento de dois homens, um atrás do balcão e outro perto da escada, Shverno não viria a ter tempo de descobrir, mas eram os donos da taverna.
Uma bela moça, jovem, de seis avantajados e bela cintura, a qual os homens chamavam de Tristania tentava deter as investidas de um homem claramente sobre efeito da bebida, essa moça que percebendo a entrada de Shverno e com um grande sorriso, maior que aquele sorriso forçados das garçonetes quando algum novo cliente chega ao local, esse olhar é percebido pelo visitante que devolve também um sorriso. Finalmente livre do sujeito, a bela garçonete vem atende-lo, este já sentando num dos poucos bancos disponíveis juntos ao balcão.
- Oh! Finalmente alguém bonito neste lugar. – Exclama Tristania ao aproximar-se do balcão, imediatamente levando vários dos fregueses, todos homens, a voltarem se para o jovem ali.
- O que seria para você bonitão?
- Uma bebida, um pão e carne e um quarto por favor.
- Nossas meninas estão ocupadas, mas log devem descer.
- Como é?
- Você não pretende passar uma noite fria como essa sozinha não é? Logo, nossas meninas terminarão com seus clientes e poderão aquecê-lo.
- Eu não quero este tipo de serviço.
- Um padre?
- De forma nenhuma.
- Ainda bem. – Uma piscadela de olho. – vou buscar sua bebida.
Ao fundo a banda terminava mais uma música, alguns urros eram a demonstração de satisfação dos ouvintes, em sua maioria, pareciam veteranos de guerras.
- Por que não estavam na batalha?! – Reflete. – Mercenários...
Alguns ali também eram camponeses, indiferentes as guerras que a aconteciam a sua volta, queriam apenas aproveitar, e bebiam para que a bebida levasse seus problemas.


Em uma das mesas uma salva de risadas chama a atenção do sacerdote, um enorme homem parece desafiar um outro sentado, de não menos porte, para uma disputa, uma queda de braço, sobre as risadas dos ouvintes, em alguns instantes estão sentados os dois, de um lado o desafiante, de outro, um grande homem de cabelos e barbas ruivas, seu enorme cabelo, com duas tranças pendentes de sobre seus ombros não são menores que sua barba também comprida dividida em duas grande tranças, um fio percorrendo cada uma delas terminava em um pequeno enfeite que pareciam a cabeça de dragões.
- Thogeir. – Comenta a moça, retornando com o pedido.
- Como?
- O ruivo, Thogeir Cabelo de Fogo, como o chamam. É uma ótima pessoa, um dos poucos que não é um criminoso sujo por aqui.
- Ele chama-se Cabel de Fogo?
- Claro que não, porém, ninguém sabe muito sobre ele, e ele não fala também.
- Você comentou que há criminosos por aqui?
- Não te engane meu lindo, pelas risadas deste local, nenhum destes homens hesitaria em lhe matar por um saco de ouro, estes homens já pilharam muitos vilarejos. Incontáveis foram as mulheres que eles corromperam, quanto sangue inocente tem em suas mãos.
- Por que aceitam-nos aqui então?
- Por que ainda possuem ouro, seja de onde quer ele venha, mas estes homens estariam melhor se mortos.
- Quanto lhe devo?
- São 15 groszy.
- Aqui estão. – Puxando algumas moedas de bronze de um saquinho estrategicamente localizado em suas roupas.
- Obrigado. – Dizia ela enquanto recolhia as moedas lentamente da mão de Shverno, deixando seus dedos percorrem lentamente seu pulso e mão, de forma provocante, e uma sorriso leve escondido entre os lábios. Afastando-se esse vai até a mesa de Thogeir.
- Então Thogeir, você ganhou? – Falava alto, enquanto o outro desafiante movia-se da mesa, mexendo em seu braço, com um misto de raiva e dor em sua face.
- Mas é claro meu amor, acha que deixaria alguém me vencer na sua frente? – Responde o homem, enquanto toma um enorme gole da sua bebida.
- Ah! Por isso que eu te amo Thogeir. – Responde a moça entre risada, indo sentar-se em seu colo, a diferença de tamanho entre os dois é enorme, o homem agiganta-se em comparação a ela. Ela ciente disto não importa-se com os olhares furiosos que outros homens lançam para ela e ele, muitos destes, que por diversas vezes haviam tentado sua sorte com a moça. Dando lhe um grande beijo nas bochechas vermelha, estas pela bebida, cochicha algo em seu ouvido e sai, para continuar seus atendimentos.
Este fixando o olhar em Shverno, levanta, vindo em sua direção, um machado preso a sua perna balança ameaçadoramente, os clientes próximos afastam-se do caminho, que distraído após a performance da mulher, voltou-se para sua própria bebida. Por trás, outra música termina, com novos urros dos ouvintes, entre a algazarra, uma nova música é anunciada, a qual, provavelmente ninguém ouviu qual era.
- Podemos conversar?! – Exclama Thogeir em um misto de pergunta e ordem.