sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A.V.d.H. - Parte 3.

- O que é?
            - Um corpo. – o soldado, virando-o, vomita instantaneamente ao ver os órgãos expostos daquele corpo, já cozidos do gelo que acumulava-se sobre e envolta a ele. – O que é isso meu Deus.
            - Todos, estejam preparados. – Imediatamente todos desembainham suas espadas. Enquanto outros terminam de acender as tochas.
            - Senhor, há marcas de sangue por toda a vila, outros corpos também, parece que alguém já fez nosso serviço.
            - Vasculhem as casas, vejam se alguém está vivo. – Os músculos do seu corpo já estavam tensos.
            De porta em porta, os soldados iam abrindo-as, verificando seus interiores, alguns voltavam e caiam de joelhos sobre a neve. Outros vomitavam. Quem estivesse perto podia sentir o pútrido cheiro de carne podre que advinha de algumas delas.
            - Corpos Capitão, as casas, as ruas, alguns pareciam tentar fugir.
            - Mas o que pode ter feito isso?
            - Pelas marcas, apenas um lobisomem.
            - Calado soldado, não diga tolices.
            - Veja senhor, faltam grandes pedaços de carne e há marcas de muita pressão em alguns pontos.
            - Não, isso é muito estranho. Vamos ver se...
            Ao longe um grito de desespero é ouvido, fazendo todos voltarem-se a ele para o terror de todos, o primeiro soldado, que havia visto o corpo, tentara move-lo para o centro da vila, quando fora atacado por este, sem nenhum aviso, aquela pessoa com parte de seus órgãos interiores expostos agarra-o dando-lhe uma mordida na sua mão arrancando seu polegar, agora os dois debatem-se numa luta corpo a corpo. A criatura babando, força seu peso contra o do soldado, que debilitado pela dor fraqueja e cai. Logo seu pescoço abre-se em uma grande ferida por onde verte sangue quente, aquele não-morto come sua carne para o pavor dos últimos suspiros de vida daquele homem.
            Seus amigos correm para ajuda-lo, porém, já é tarde, virando o seu atacante, um deles crava a espada na região do seu diafragma, jogando-o no chão onde cai inerte. Um dos soldados aproxima-se  ajoelhando-se ao lado do mesmo vasculhando o resto de suas roupas.
            - Mas o que foi isso Capitão?
            - Eu não sei, mas não ele não deveria estar vivo.
            - O senhor viu, como nós, Capitão, vamos embora.
            Novamente, um grito de dor é ouvido por todos que voltam suas cabeças para direita e para seu espanto, veêm aquela criatura que acabara de ser varada por uma espada atacando o pescoço do descuidado soldado que havia se abaixado perto dele. Mas desta vez, ninguém aproxima-se para ajudar, todos estão com aterrorizados, afastando-se enquanto seu amigo é dilacerado. Se tivessem olhado para trás neste instante, teriam visto que de dentro de uma das casas, outro de seus amigos tentava sair, mas era derrubado por outras destas criaturas, sequer com tempo de gritar por socorro.
            - Senhor, eles são mortos vivos, o Bispo tinha razão, há alguém praticando necromancia. – Um dos soldados já chorando de medo. – Como se mata algo que já morreu.
             - Acho que teremos de pedir para o Bispo, vamos embora daqui. – Ao virar-se, a cena aterradora das silhuetas dos mortos que haviam sido trazidos ao centro da cidade levantando-se toma-o. Outros correm, das casas saem mais daquelas criaturas, andando com dificuldade, porém vendo-os em meio aquela nevasca, o que não era o mesmo para a tropa ali, que enxergava apenas alguns metros a sua frente.

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