segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

S.n.E. - O Lobo Beberrão.


            Agora a música já está mais clara, sons de vários instrumentos podem ser ouvidos, uma flauta faz um som agudo, audível claramente a ele. A sua frente uma curva na estrada, que este vence calmamente em seu cavalo, ao terminá-la é que vem a descobrir de onde vinha o que ouvia.
            No lado direito da estrada, entre árvores enormes da floresta, em uma pequena clareira, que outrora certamente abrigara árvores, uma taverna de madeira, muito provavelmente construída da madeira daquelas árvores derrubadas. Ao seu lado, um estábulo com alguns cavalos e no outro lado, a base de uma árvore cortada e a seu redor, tocos de lenha e um machado. Do interior da taverna, uma luz emanava pelas janelas, risadas, conversas, e a música tocando alto enquanto copos batiam.
            - Vamos dar uma olhada.
            Na entrada da taverna, uma placa em língua tavernácula dizia: Pousada e Taverna do Lobo Beberrão.
            - Nome peculiar.
            Deixando seu cavalo no estábulo, vem a ele enquanto descendo com grande dificuldade, dada sua manta, o que fazer. Não poderia entrar no local com aquela cobertura toda, e não tinha onde deixá-la. A solução surgiu quando um homem aparentemente bêbado vem cambaleando dos fundos da construção, cambaleante, ao virar-se, para em posição estática olhando aquela coisa a sua frente. Sem mover-se, o pobre transeunte tentar falar algo, mas nenhum som sai, desesperado, começa a fazer o sinal da cruz de olhos fechados rezando baixo. Shverno observava-o, atento a seus movimentos, intrigado pelas palavras de desconjuramento que proferia, mas atento ao fato de que aquele homem, apesar dos efeitos dos álcool, não estava imune ao frio que fazia, seus dedos já mudavam para a cor roxa, tal qual seus lábios, sua pele arrepiada em uma inútil forma do nosso corpo proteger-se do frio.
            Vendo ele que não havia ameaça, resolveu-se remover aquela manta, que cobria-o de completo e ainda arrastava-se pelo chão, tal qual havia sido colocar, remover foi um tarefa árdua, exigindo esforço e paciência.
            - Que ninguém saia agora e me veja fazendo isso.
            Ele seria certamente atacado se outra pessoa o visse, ainda mais bêbado, dado a aparência grotesca daquela montanha de tecido movendo-se aleatoriamente. Porém, a festa lá dentro estava muito boa para alguém preocupar-se em deixar o local, já a única testemunha do que ali acontecia, se alguém pudesse sentir, veria que seu coração quase sai pela boca, seu corpo pressionava-se contra a madeira da taverna a medida que a era removida, dela saia aquele homem relativamente alto, cerca de 1,90, de constituição física avantajada, com músculos marcados por sobre sua armadura de couro, cabelos negros que alcançavam até seu pescoço e uma barba rala, dois olhos negros pontuavam sua face rígida e forte para um jovem de sua idade.
            Independente da figura uma ali a sua frente, aquilo foi demais para o bêbado que desabou, desmaiado, para surpresa de Shverno, que após observá-lo ali, sem muita esperança de retorná-lo ao estado alerta, resolveu deixar sua manta ali, cobrindo-o contra o frio.
            - O que estou fazendo?! Provavelmente deve ser um cristão que adora caçar lituanos. Devo estar ficando fraco.
            Balançando o gelo de suas vestimentas, dirige-se para a porta da taverna, com uma espada sempre pronta ao seu lado. Lá, outra música já se inicia, enquanto risadas cortam o som da música.
            - Que Dievas me proteja e ninguém descubra o quem sou.
            A idéia de Shverno era tomar uma bebida quente, conseguir informações sobre o que acontecia no Oeste, se possível dormir, e então continuar, nada de confusões, nada de brigas, muito estava em jogo para que este se arriscar-se. Mas a vontade muitas vezes anda longe da realidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário