sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

E.p.F. - Parte 4.


- Fale Carl, o que houve com você e com os outros.
            - Eu... eu... eu não sei. Estávamos posicionados dentro da floresta... observava a vila, como o Capitão mandou, mal víamos suas tochas percorrendo o centro, e a tempestade piorava, de repente os gritos começaram a surgir em meio ao ruído da neve. – Pigarreando. – Nós pensamos que vocês tinham começado a exterminá-los, o Joachim foi para perto da saída para a estrada, cuidar se alguém tentava fugir.
            - Sim, continue.
            - Ninguém saia, ficamos ali então, parados, conversando apenas. – Suas mãos tremem. – Então que ouvimos gritos vindo de algum local estranhamente perto. Não dava para ter certeza de onde vinham.
            - Mas você disse que ninguém saia da vila.   - Um soldado sentado comendo pergunta de boca cheia.
            - E não era, era o Joachim, eu e o Fritz fomos verificar, Geert e Heinz ficaram lá observando a cidade. – falava olhando para o chão, tentando recuperar suas lembranças. – ao chegar onde o Joachim estava, eu vomitei na hora, seu corpo dilacerado manchava de sangue a neve a sua volta. Estava tudo exposto, alguém havia comido sua carne.
            - Alguém conseguiu sair da vida e ataca-lo? – Pergunta Schulz.
            - Não, aquilo não era humano. – Responde.
            - Nem aquelas pessoas, foi o próprio Diabo. – Outro soldado completa.
            - Não, aquilo era animal. – Suor descia pelo seu rosto. – Ao me recuperar, desembainhei minha espada, Fritz já estava em guarda. Mas, onde estavam Geert e Heinz, novamente gritos, disparamos até eles, eu na frente.
            - Mortos? – Pergunta Markus, de costas.
            - Sim, quando cheguei lá, apenas o corpo de Heinz estava lá destroçado, Geert havia desaparecido.
            - Espere um minuto, só você chegou lá. E o Friz. – Schulz questiona. – O que houve com ele?
            - Não sei, ao me virar, ele não estava mais lá. No chão, uma marca de sangue, mas nada de corpo.
            - E você foi atrás dele? – Um soldado alto, encostado no muro de terra atrás deles pede.
            - Não, eu sentia que seria o próximo inevitavelmente, não entendia o por que havia sido poupado, mas agradeci ao Senhor e corri para a estrada, para o lado o oposto a vila, porém, fiquei exausto por causa da tempestade de neve, mal conseguia respirar e desmaiei.
            - Rá! De fato, um covarde, ao invés de procurar o Fritz ou ao menos nos avisar, preferiu fugir. – Um de seus companheiros vocifera para ele. – Devíamos tê-lo deixado morrer.
            - Calado Leopold. – Comanda o Capitão. – Também fugimos da vila abandonando nossos companheiros a morte.
            - Mas Capitão, a situação foi diferente e...
            - Silêncio!
- Sim capitão. – Alguns deles se olham, percebendo que o Capitão está novamente no controle da situação, este por sua vez torna a cuidara floresta, perceptivelmente algo o incomoda nela.
- Prossiga Carl.
- Não há mais o que falar, Meu Senhor, depois disso acordei sendo ajudado por vocês.
- Senhor, o que você acha... – Ia Schulz pedir ao Capitão, que o interrompe de forma brusca.
- Temos de sair daqui imediatamente, peguem suas coisas e vamos. – Antes que alguém pudesse falar ele completa. – É uma ordem.

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