Lá em cima, longe, já caminhavam Shverno e Vaisvilkas, o sacerdote parecia particularmente irritado.
- Meu Senhor, me permita a ousadia, mas fostes muito rápido em decretar a morte daqueles moribundos, sequer pudemos entender o por que estavam lá. – gesticula o sacerdote.
- Não há o que entender, eram torturados por sua fé diferente da destes cristãos – apontando para um grupo genérico de cristãos que jazia sobre guarda. – O que você queria daquelas pobres almas?
- O senhor ignorou, porém, nem todos ali eram sangue do nosso povo, uns demonstravam ser originados das terras a Oeste daqui.
- E por que achas isto?
- As roupas deles, as formas de suas faces, e alguns possuíam o símbolo do deus morto deles. Algo naqueles homens me dizia que não estavam presos por discordâncias com a fé vigente, mas algo mais.
- Pelo que me parece, tivestes bastante tempo para chafurdar naquele local – O rosto do Grão Duque repentinamente é tomado de um ar preocupado, parando sua caminhada, vira-se para o sacerdote. – Você está certo e tenho de lhe confessar, esta cidade cheira a morte, algo nestas estradas, na forma como as pessoas falam, como todos se movem, tudo é muito estranho. Um mal emana destas ruas, os vassalos de Giltiné andam livres nestas ruas. Creio que você possa sentir isso.
- Sim Meu Senhor. Porém temo que a fonte deste mal não está aqui, mas longe, nas terras dos cristãos. Creio que nossos deuses cansaram de ser ofendidos por estes invasores e delegaram a poderosa Ceifadora das Almas sua vingança.
- Pois bem, então meu caro Shverno, delegar-te-ei uma missão.
- Sim.
- Quero que vá primeiramente até a Danzig e veja o que acontece com os reinos cristãos. – Novamente o Grão Duque era tomado pelo seu costumeiro ar de comando. – Lá encontrarás um agente meu, um Assassino de nome Zygimantas. Ele está estabelecido em Danzig dentro de um grupo maior estacionado lá, ele atende por Swietopelk, Swieto se preferir.
- Um assassino Meu Senhor? – O sacerdote não escondia sua surpresa com a sagacidade do homem a sua frente.
- Sim. As vezes, meu jovem, é mais fácil encerrar uma guerra eliminando aqueles que pretendem inicia-la. Zygimantas é apenas um de dezes de agentes que tenho espalhado pelos reinos cristãos que cercam nosso país. – movendo-se para frente apoiando seu corpo contra a parede de uma residência, ponderava suas palavras. – Este sistema tem nos mantido a par do que acontecia e quem vinha contra nós durante anos, porém, já fazem meses que alguns dos agentes deixaram de enviar relatórios e isso quer dizer duas coisas.
- Ou foram descobertos e capturados ou mortos ou converteram-se desertaram para o lado dos cristãos.
- Correto, e ambas as situações apresentam riscos. Porém, não creio que este seja o caso com Zygimantas, ele é um profissional muito bom. Já está a anos sem ter sequer corrido risco de ser descoberto.
- E o Senhor quer que eu investigue o silêncio dos agentes, isso não seria mais pertinente a um espião?
- Shverno, se Giltiné está agindo nestas terras, ninguém melhor para descobrir o que acontece do que você. Confio-lhe esta missão, sirva-se do que for necessário para essa viagem e tome um cavalo até Danzig.
- E como farei para achar este Zygimantas?
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