Os soldados
não entendem o que aquela súbita explosão do Capitão significa, mas ele não
para de comandar os soldados, sua voz apesar de firme, parece mais baixa, como
que para evitar o barulho. Schulz aproxima-se dele:
- O que há
Capitão, por que temos de sair, podemos passar a noite aqui. – Argumenta. –
Corremos risco de encontrar outra tempestade.
- Não podemos,
temos de sair daqui, rapidamente.
Ao fundo
alguns homens juntavam suas coisas enquanto conversavam com Carl.
- E você não
chegou a ver estas criaturas que você falou?
- Não vi, nem
ouvi sequer, mas com certeza, um predador.
- Provável.
- Vamos
homens. – Ordena novamente o Markus.
- Capitão, por
que temos de sair daqui. – Grita um dos soldados.
O Capitão
enfurecido gesticula para que este faça silêncio, indo até ele chama todos para
que possam ouvir.
- Digam-me, o
que vocês ouvem?
Todos para e
tentam prestar atenção a sua volta.
- Nada
Capitão.
- Exato,
apenas a neve, a floresta está em silêncio novamente, e isso não quer dizer boa
coisa, florestas não são silenciosas.
- Sim Capitão,
mas... – Carl ia comentar.
- Mas estamos
sendo seguidos desde antes de encontrarmos o Carl.
Uma sensação
de gelo na espinha percorre a todos ali, que olham-se com suas faces tomadas em
medo.
- Por quem
Capitão? – Pergunta um deles.
- Não sei,
porém, não pretendo descobrir. – Virando-se. - Agora mecham-se
Todos
prontamente põem-se a arrumar o resto de seus pertences, um deles procura
apagar o fogo jogando gelo sobre a fogueira, o capitão continua a observar a
floresta. Apesar de debilitado como sua aparência demonstrava, todos não ousariam
questionar um caçador exímio como ele, com grande entendimento da natureza,
como este possuía.
Com tudo
arrumado e o local limpo, novamente, estes voltam para a estrada apenas iluminada
pelo fogo de suas tochas naquela noite escura, faltavam ainda horas até o
amanhecer, e o caminho até Frankfurt era longo. Por ordem do Capitão, cada
homem deveria cuidar de uma área, com isso, um deles deveria cuidar de sua
retaguarda, com isso, voltando-se para ela constantemente, algo desconfortável,
porém necessário em situação de risco, acentuado pela escuridão a sua volta.
A princípio, o
caminho parecia mais calmo agora, uma brisa leve, porém gelada batia em seus
rostos, a neve caia lenta, acumulando-se sobre o solo já branco dela. Os homens
caminhavam próximos, falando baixo unicamente, por ordem do Capitão, risos ou
conversa em tom de voz alto haviam sido proibidas.
Um dos soldados rezava
silenciosamente, com um crucifixo em uma mão e tocha em outra, outros ficavam
apenas em silêncio, tentando manter-se acordados, pois a exaustão já começava a
tomar conta deles.
Já
havia cerca de 45 minutos que haviam deixado sua última parada, sem nada de
ruim acontecer.
-
O Capitão deve estar ficando louco. – Comenta um dos soldados atrás do grupo no
ouvido do seu companheiro que apenas ri e confirma com a cabeça.
Um dos soldados, Dietrich começa
a lentear seu passo, ficando para trás, outro parceiro seu, Moritz percebe e
volta para ajuda-lo, chamando atenção do grupo com um grito.
-
Pessoal, o Dietrich não está bem. – Isso enche de fúria o Capitão que volta até
eles.
-
O que eu falei sobre ficar em silêncio?
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