sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

B.d.K. 5 - O julgamento.

Mesmo não participando da área militar das campanhas, Shvarno envolveu-se na resistência de uma pequena tribo estoniana formada por pequenas vilas que viam-se ameaçadas por mercenários prussianos. Mesmo interessante tal história não é pertinente ao momento, e basta-nos recordar que essas escaramuças ficaram conhecidas como “A camapanha do Sacerdote Guerreiro”, levaram a aniquilação deste grupo de pilhadores, além de ter angariado o respeito do líder tribal que aceitou-se colocar a disposição do Grão-Duque Vaisvilkas, naquela época, ainda Duque, na formação do grande Império Lituânio.
Foi desta forma que aconteceu o primeiro contato pelos dois, a fama deste jovem sacerdote, a uma vitória militar tão importante transformou-o em uma espécie de conselheiro militar do Grão-Duque, para o descontentamento de outros Nobres e Generais.

- Shverno... Shverno, acorde!!! – Exclamava a voz de Vaisvilkas, olhando-o fixamente. – Estava em algum tipo de visão, alguma inspiração do deuses, alguma resposta?!
- Perdão Meu Senhor. – Voltava Ashverno de seu devaneio. – Visões sim, mas não de um futuro ou de respostas, apenas do passado, de todo nosso caminho.
- Eu lhe disse meu jovem sacerdote, podes não entender, podes não querer admitir, pois estás pessoalmente envolvido nisto, mas estas batalhas já não são mais as mesmas. – O Grão Duque franzia seu cenho. – É como se estes cristãos já não tivessem mais forças para lutar.
- Entendo Meu senhor. Peço-lhe permissão para andar pela cidade e procurar respostas.
- Vá, e traga algo que acalme minha alma.
- Sim, Meu Senhor.
            O sacerdote retirava-se, já dentro da cidade, para investigar enquanto Vaisvilkas saudava suas tropas, mais um discurso, mais gritos de alegria, afinal, uma grande vitória havia sido conseguida hoje, um dos pontos principais de invasão da Lituânia havia sido conquistada, um porto estratégico agora em poder deles.
Ao Sul encontrava-se o Castelo de Marienburg, uma das capitais da Ordem, logo, seria a vez deles sucumbirem sobre as espadas pagãs que haviam jurado exterminar. Mas agora era hora de julgar aqueles que ali estavam, aqueles homens e mulheres que tanto apoiaram a morte de seus conterrâneos.
            Postando-se diante deles, aquela figura exalava autoridade, olhando em silêncio, para as pessoas ali aterrorizadas em verem diante de si, o que durante anos lhes foi pintado como a própria encarnação do Diabo. O próprio anti-cristo, agora era senhor de seus destinos. De fato, essa era a primeira vez que uma província de maioria cristão católica estava em poder dos pagãos lituânios, ali estavam prussianos, livonianos, polacos e outros povos do ocidente da Europa que juntavam-se para buscar a glória de exterminar o paganismo.
- Sua cidade. – Inicia Vaisvilkas, em um alemão claro, para surpresa de todos, silenciando o murmúrio que ouvia-se. – Outrora, impenetrável, bastião das suas forças que invadiam minhas terras, saqueavam minhas cidades e matavam meu povo, hoje, pela força benção de nossos deuses e força de nossas armas, caiu.
Apontando para a cidade em ruínas. – Apenas um dia foi necessário para que sua cidade fosse reduzida a escombros. – Agora caminhava entre as pessoas, todas de joelhos. – Eu poderia ordená-los a morte pela fogueira, como tantas das mulheres do meu país foram mortas.  – Um som nervoso emanava da multidão. – Ou poderia passar a todos ao fio da espada, como vossos assim chamados... cavaleiros hospitalários tem o costume de agir.

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