sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

B.d.K. 9 - A Catedral 2.


- E imagino que isso lhe deixe muito satisfeito Shverno. – Responde o Duque, com uma risada. – O que você queria comigo, para tanto alarde?
- Claro, Meu Senhor, acompanhe-me, que explico-lhe no caminho. – Apontando para a porta atrás de si. – Porém, temo que não será possível tantos guardas lá em baixo, alguns já estão lá.
- Lá em baixo?! Tudo bem, apenas dois me acompanhem, o resto, fique aqui.
- Então, o que você achou? – Pergunta o Grão-Duque, já nos aposentos privados da Igreja.
- O Senhor bem sabe que os cristãos tem o costume de perseguir e torturar aqueles que julgam hereges ou pagãos, sejam culpados ou não.
- Sim.
- E em geral, este locais de tortura são os castelos dos senhores do local.
- Sim.
- Mas aqui é diferente, vasculhando o local, achei um entrada que leva até uma construção subterrânea.
- Não seria isso uma catacumba?
- De certa forma sim, Meu Senhor. – Confirmou o sacerdote, empurrando uma pedra na parede, uma passagem surge nos fundos da Igreja, dentro, uma escada em espiral indo para baixo. – Por aqui.

- E o que há lá em baixo?
- Eu diria que a morada de Slogutis.
- A Senhora da Dor, Miséria e Sofrimento?! Vejo que algo lhe impressionou aqui. – Surpreende-se Vaisvilkas, apenas em situações muito angustiantes alguém cita o nome da Dama da Miséria e Dor. Do fundo daquela escada espiral, um cheiro putrefato emanava. – Mas que maldito cheiro é esse?
- Morte Meu Senhor.
            No fundo, finalmente, uma parede separava a escada da grande sala de torturas da Catedral, paredes negras tomadas pelo limo, úmidas e iluminadas por grandes tochas davam ao local um tom cadavérico. Inúmeras gaiolas de aço pontuavam o local e ao fundo várias máquinas de tortura como o arranca-seios, berço de judas, corta-joelhos, dama de ferro. A cena era infernal, sangue pelas paredes, algumas máquinas, como o esvicerador ainda possuí restos humanos, corpos inertes jogados em um canto do local.

No esmagador de cabeças, um homem ainda sentava, inerte provavelmente, sua cabeça presa ao aparelho, sangue escorria pelo seu rosto.
- Mas o que é isso?! – Exclama o Grão-Duque. – Qual a finalidade disto?
- Purificar os pecados destes homens. – Responde uma voz ao fundo da sala. – Um padre, responsável pelas confições do presos. – São todos pecadores.
- Como podem vocês, cristãos, pregarem o amor e a humildade, construindo suntuosas catedrais, cobrando os chamados dízimos dos seus fiéis e torturando-os desta forma.
- Parece que Vossa Grandeza possui muito conhecimento da Santa Igreja.
- Conheça um inimigo, entenda-o antes de enfrenta-lo e possuirá a vitória.
- Sábias palavras, mas não há vitória contra o Poderoso Deus, pois sua mão é pesada e seu golpe é forte e você não tem forças contra ele.
- Senhor, veja isso. – Chama-o um dos soldados.
- O que há?
- Estes homens, são lituânios. – Apontando para uma das gaiolas, alguns corpos putrefatos com seus ventres rasgados.
- Quais os pecados destes homens?
- Adorar falsos deuses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário