Uma conversa começa entre elas em um tom preocupado, muitas mulheres deixavam lágrimas escorrer-lhes os olhos, levando a surpresa ao Grão-Duque, o qual esperava ver alívio e alegria nos seus rostos, pois, mesmo sendo um caminho perigoso, eram muitas pessoas e um grupo grande como aquele, acabaria por sobreviver a sua peregrinação. Mas longe disto, havia um desespero crescente nos prisioneiros.
- Por que choram, dou-lhes a chance de saírem com sua vida, chance que muitas famílias na Lituânia não tiveram, e vocês choram de tristeza e desespero, o que queriam?
- Meu Senhor, se me permite, mas pediríamos a clemência de não nos mandar embora, não para o Oeste, pois notícias ruins provém de lá e a morte parece-nos melhor. Pedimos-lhe que nos deixe ficar envolta desta cidade, não precisamos morar nos dentro das muralhas, mas não nos mande para lá.
- Tu! – apontando para aquele homem de aspecto fraco que levanta-se para falar pela multidão. – Do que falas aldeão, o que é pior lá do que a morte aqui? Fala-me.
- Não sabemos, Meu Senhor, não sabemos, os guardas não comentam, mas a 2 meses que ninguém vem daquela direção. – Apontando para onde o Duque iria mandar-lhes. – Muitos soldados deixaram a cidade e voltaram para o Império.
- O que explica essa defesa pífia que nos foi oferecida. – pensa o Duque. – Sabem o que acontece que soldados sejam enviados de volta?
- Não Meu Senhor, mas talvez uma guerra tenha eclodido entre os reinos de lá? Ou quem sabe os Muçulmanos estejam avançando muito rápido ao norte.
- É improvável. – Analisa para si novamente. – Tenho mantido contato com os Mongóis ao Sul, e não me parece que tenham ganhado mais territórios ao Nortes mesmo na região da Hispânia. E uma guerra traria refugiados e não extinguiria com eles.
- Por isso Meu Senhor. – Continuava o humilde campesino. – Deixo-nos em suas terras, dei-nos sua clemência.
- Vossa Grandeza. – Aproxima-se do Grão-Duque um soldado da companhia de balestras. – Permite-me falar Senhor?
- Estou a ouvir-te.
- O Sacerdote Shverno pede que compareça a Catedral da cidade, disse ele, que possui algo a lhe mostrar.
- Guie-me até ele.
- Sim Alteza.
Os dois já tomavam seu caminho, em suas costas ouve-se:
- E nós Meu Senhor, o que será de nós? – com olhos estalados observava-o camponês. – Dará a nós sua clemência.
Vaisvilkas interrompe seus passos, voltando-se a multidão.
- Não, sua chance foi dada, e vocês fizeram uma escolha, que agora devem aceitar, porém, vos dou outra possibilidade, podem seguir para o sul, encontrarão o Castelo da Ordem, Marienburg, lá devem encontrar abrigo com seus irmãos de fé.
- Não Meu Senhor! Por favor. Seremos mortos certamente, dirão que nos rendemos aos pagãos. – As lágrimas vertiam de seus olhos. – É melhor a morte aos horrores que irão nos submeter.
- Há um escrito no seu livro que diz; Mil cairão a minha esquerda, e dez mil a minha direita, e não temerei mal algum. Pois que assim seja, não devem temer a nada. – Virando-se e caminhando. – Que todos deixem essa cidade até o anoitecer de amanhã, sem mais, aqueles que se recusarem, que sejam passados ao fio da espada.
O Grão-Duque deixa o local, virando em uma esquina, ficando apenas os guardas, e as pessoas atônitas, em choro, ao fundo, o barulho dos mentirosos sendo punidos por seus erros, um a um.
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