Seus corações palpitam, suor
escorre-lhes a face, quatro mortos, e o grupo ficando cada vez menor, não fosse
a intervenção de Hartmann, as coisas poderiam ter sido piores, todos talvez,
tivessem perecido.
Markus agradecido cumprimenta seu
subordinado com um abraço fraternal.
- Obrigado Hartmann, salvaste a
vida de todos aqui. – Ainda ofegante.
- Não há o que agradecer-me Capitão,
fiz apenas o que devia ser feito. – Sua voz grave era consonante com a imponência
de seu porte.
- Salvaste mesmo a todos. –
Schulz comenta, voltando-se então para Markus. – O que faremos agora Capitão?
- Temos de chegar a Frankfurt e
avisar a guarnição. Talvez consigamos avisar o Senhor daquele feudo e fazer
estas notícias chegarem ao Kayser.
- E o Bispo senhor?
- Teremos de encontrá-lo também.
- Algo me diz que ele tem mais
conhecimento sobre esta história do que quer admitir. – Shculz.
- Também creio nisso. – Diz o
capitão, após recuperar-se de uma tosse forte e insistente. – Se ele tiver
algum conhecimento e tiver nos mandado para lá sabendo, ele irá se arrepender.
- Capitão, me permite um comentário?
– questiona o gigante.
- Acho que devíamos continuar
logo, o senhor parece debilitado, e este frio todo pode estar lhe piorando.
- Concordo. – Voltando-se para
todos. – Vamos lá todos vocês, não há mais nada do que fazer neste antro
infernal, caminhando.
- Sim senhor. – Respondem todos.
Puseram-se todos a andar
novamente até a cidade de Frankfurt o que lhes tomaria algumas horas. Chegar a
tal cidade era vital, pois lá, em um burgo que ganhava destaque dentro do feudo
local, com uma grande livraria, uma universidade se estabelecendo, grandes
feiras, haveria alguém que pudesse entender o que poderia ter acontecido.
O restante do percurso foi calmo,
porém, não houve mais momentos de descontração, não houve risadas ou comentários
jocosos, um silêncio sepulcral cortado pelo som do vento cortando pela floresta
ao seu redor e os animais acordando com o nascer do Sol, os que ainda permaneciam
na floresta mesmo durante aquele inverno rigoroso.
Sequer a lebre que passa correndo
por eles, esfomeados, ganha atenção, ninguém tinha vontade de sacar um arco e
caçar, não valia o esforço, queriam apenas chegar a cidade.
Porém, longe de trazer-lhes tranqüilidade,
Frankfurt seria apenas o início de um novo inferno, o Capitão Markus trazia
dentro de si, uma semente negra que encontraria um solo fértil naquela cidade
populosa, sendo ele o causador de uma enorme desgraça sem saber ou jamais vir a
conhecer.
Ao longe os portões da Muralha de
Frankfurt despontavam no horizonte para alegria daqueles homens, Markus
internamente era tomado por uma grande alegria, também uma enorme dor. Seu
ferimento na mão agora vertia sangue profusamente, uma ardência nos olhos
revela uma mancha de sangue que ninguém percebera.
Ele morria, sem
saber...
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