quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Estrada para Frankfurt - Parte Final.


Seus corações palpitam, suor escorre-lhes a face, quatro mortos, e o grupo ficando cada vez menor, não fosse a intervenção de Hartmann, as coisas poderiam ter sido piores, todos talvez, tivessem perecido.
Markus agradecido cumprimenta seu subordinado com um abraço fraternal.
- Obrigado Hartmann, salvaste a vida de todos aqui. – Ainda ofegante.
- Não há o que agradecer-me Capitão, fiz apenas o que devia ser feito. – Sua voz grave era consonante com a imponência de seu porte.
- Salvaste mesmo a todos. – Schulz comenta, voltando-se então para Markus. – O que faremos agora Capitão?
- Temos de chegar a Frankfurt e avisar a guarnição. Talvez consigamos avisar o Senhor daquele feudo e fazer estas notícias chegarem ao Kayser.
- E o Bispo senhor?
- Teremos de encontrá-lo também.
- Algo me diz que ele tem mais conhecimento sobre esta história do que quer admitir. – Shculz.
- Também creio nisso. – Diz o capitão, após recuperar-se de uma tosse forte e insistente. – Se ele tiver algum conhecimento e tiver nos mandado para lá sabendo, ele irá se arrepender.
- Capitão, me permite um comentário? – questiona o gigante.
- Acho que devíamos continuar logo, o senhor parece debilitado, e este frio todo pode estar lhe piorando.
- Concordo. – Voltando-se para todos. – Vamos lá todos vocês, não há mais nada do que fazer neste antro infernal, caminhando.
- Sim senhor. – Respondem todos.
Puseram-se todos a andar novamente até a cidade de Frankfurt o que lhes tomaria algumas horas. Chegar a tal cidade era vital, pois lá, em um burgo que ganhava destaque dentro do feudo local, com uma grande livraria, uma universidade se estabelecendo, grandes feiras, haveria alguém que pudesse entender o que poderia ter acontecido.
O restante do percurso foi calmo, porém, não houve mais momentos de descontração, não houve risadas ou comentários jocosos, um silêncio sepulcral cortado pelo som do vento cortando pela floresta ao seu redor e os animais acordando com o nascer do Sol, os que ainda permaneciam na floresta mesmo durante aquele inverno rigoroso.
Sequer a lebre que passa correndo por eles, esfomeados, ganha atenção, ninguém tinha vontade de sacar um arco e caçar, não valia o esforço, queriam apenas chegar a cidade.
Porém, longe de trazer-lhes tranqüilidade, Frankfurt seria apenas o início de um novo inferno, o Capitão Markus trazia dentro de si, uma semente negra que encontraria um solo fértil naquela cidade populosa, sendo ele o causador de uma enorme desgraça sem saber ou jamais vir a conhecer.
Ao longe os portões da Muralha de Frankfurt despontavam no horizonte para alegria daqueles homens, Markus internamente era tomado por uma grande alegria, também uma enorme dor. Seu ferimento na mão agora vertia sangue profusamente, uma ardência nos olhos revela uma mancha de sangue que ninguém percebera.
Ele morria, sem saber...

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